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Deus escreve certo por linhas, aparentemente, tortas



Existem coisas que as explicações contidas nos livros ficam longe de definir a abrangência e a importância que elas encerram. E família é uma delas. Pois, apesar da aparência de uma formação aleatória, a constituição de um lar é resultado de uma planificação que se desenvolve no plano espiritual antes mesmo que todos os que o formarão tenham nascido. O passado espiritual de todo o grupo familiar, na ótica reencarnacionista, corresponde a uma influência muito importante na união de hoje. Logo, o casamento e, consequentemente, os filhos, não configuram um mero encontro ou uma mera ligação, mas fazem parte de um processo criteriosamente elaborado visando à maturação espiritual de todos os envolvidos. A família é um grupo de espíritos necessitados em compromissos inadiáveis para reparação e crescimento na vida do espírito imortal.

Entre esses espíritos, encontram-se devedores de antigos compromissos, amigos em trabalho de auxílio mútuo e desafetos companheiros de erros do passado. Portanto, não são espíritos estranhos uns aos outros. Lembra-nos, Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, que "antes do berço, quase sempre, conhece a alma humana, grande parte dos seus débitos que lhe induzem o coração a remergulhar nas forças do plano físico".

Ainda que muitas vezes não concordemos, é na família que encontramos as nossas melhores companhias, pois estamos encarnados entre aqueles espíritos mais indicados ao nosso progresso espiritual. O filho acolhido hoje com tanto carinho e amor é um companheiro ou companheira do passado retornando para dar continuidade ao trabalho evolutivo. Nada é por acaso. Pelo contrário, tudo faz parte de um grande e minucioso planejamento divino. Tudo é causal e não casual. Por isso, cometemos um grande engano quando dizemos que não pedimos para nascer e que, se pudéssemos escolher, escolheríamos outra família para ter nascido. Esquecemos que estamos na Terra para um processo de corrigenda e, para tal, precisamos encontrar, novamente, os companheiros de erros ou afetos.

Por isso, diante daquele familiar que representa um problema, indague-se qual a lição que ele poderá estar lhe trazendo e que a presença dele como um pai, uma mãe, como um filho ou um irmão não é um castigo, mas, sim, uma preciosa oportunidade de reconciliação, perdão e harmonização. Por intermédio da bênção do esquecimento do passado, espíritos que se odiavam e se digladiavam em existência anteriores, unidos em uma nova encarnação como parentes consanguíneos, são impelidos por uma imposição social e humana a desenvolver o respeito e o afeto recíprocos. Por tudo isso, não reclame. Você está na família certa para as suas necessidades evolutivas. Está tudo certo. Nada está errado, nada está torto. Aliás, tem um ditado popular que diz "Deus escreve certo por linhas tortas." Em verdade, o mais correto seria dizer-se: "Deus escreve certo por linhas, aparentemente, tortas."

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